A importância da humanização do parto
A gestação e o parto de uma importância muito grande na vida de uma pessoa. Acreditava-se antigamente que o bebê não tinha consciência ou aparelho cognitivo formado que permitisse que ele guardasse os fatos em sua memória. Isso autorizou indiretamente que se fizesse todo tipo de violência com o bebê ou que não se tomasse o devido cuidado, como, por exemplo, tirá-lo com contato com a mãe na primeira hora de vida, deixa-lo sozinho chorando, colocá-lo em superfícies frias, furá-lo e espetá-lo logo ao nascer, quando isso poderia ser evitado.
 A vida emocional do feto
¢ Descobertas científicas recentes mostram que a partir do sexto mês, o feto consegue ver, ouvir, sentir o paladar e até aprender (num nível primitivo).
¢ Sem o filtro do ego, o bebê não diferencia seus sentimentos dos da mãe, refletindo diretamente o estado emocional dela.
¢ Aquilo que a criança sente e percebe começa a moldar suas atitudes e expectativas sobre si mesma.
Vida intra-uterina e neonatal
¢ Além das vivências intra-uterinas, vários autores afirmam, por experiência clínica, que as memórias do parto ficam gravadas no inconsciente (Otto Rank; Laing; Grof).
¢ Nascer em sí é um trauma, pela mudança radical pelas quais passa o bebê
¢ Há trabalhos que indicam a importância da primeira vivência infantil como marcadora (imprinting) para o restante sua vida.
¢ As primeiras experiências desde a vida intra-uterina são matrizes para as demais.
¢ O contato inicial é essencial para a formação do vínculo mãe-bebê.
Nossa hipótese:
¢ A forma como os bebês vêm ao mundo é um reflexo da sociedade.
¢ Se os nascimentos ocorrem de forma violenta, estamos reproduzindo a violência social.
¢ Intervenções nesta etapa de vida tem grande potencial transformador na vida de uma pessoa e de toda sociedade, pois o cuidado para que essas vivências primordiais sejam positivas gera impacto nas matrizes perinatais que são as bases dos complexos em que serão associadas as experiências futuras.
¢ Como já carregamos marcas profundas de vivências antigas, devemos cuidar, em primeiro lugar dos pais da criança. A mãe, em especial tem um papel fundamental e cabe aos profissionais da saúde, amigos e familiares auxiliarem no processo de auto-aceitação, acolhimento e dissolução de antigos traumas que costumam vir à tona no parto.
¢ É importante relembrar a natureza sexual do parto e incentivar o empoderamento da mulher, de que foi expropriada quando o parto se torna algo cirúrgico e médico, numa sociedade que ao longo dos séculos reprimiu e violentou a sexualidade feminina, causando marcas no inconsciente de todos. 
As principais propostas do movimento de humanização do parto
¢ Uma transição mais amena da barriga para o meio externo
¢ O respeito às necessidades da mãe e do bebê
¢ Disponibilizar informação
¢ Dar poder de decisão para a mãe quanto ao tipo de parto, posição, intervenções, alojamento conjunto, acompanhante, etc


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